Remédio para rato mata cachorro? Entenda os riscos e o que fazer

Com a urbanização acelerada e o aparecimento de mais pragas urbanas, o uso de raticidas e inseticidas passou a ser mais frequente, principalmente em residências e prédios comerciais. Apesar disso, se não for utilizado da forma correta, esses produtos podem prejudicar a saúde de animais domésticos, como os cachorros.

Por isso, antes de aplicá-los é preciso ler atentamente as instruções do fabricante, e tomar precauções para fazer um controle de roedores seguro tanto para os humanos quanto para os animais domésticos.

Se você ainda tem dúvidas sobre o assunto, continue a leitura e saiba os perigos do controle de ratos para seu cachorro, quais os sintomas de envenenamento em cães e o que fazer se o seu pet ingerir o produto.

Uso de raticidas: estatísticas e riscos para quem tem pet em casa 

Compostos por produtos químicos que afetam os níveis de vitamina K dos animais e causam problemas na circulação sanguínea, os remédios para ratos podem matar tanto os roedores quanto os humanos e animais domésticos que o ingerem. 

Estudos mostram que os raticidas podem permanecer nos tecidos dos roedores por até 1 ano, portanto qualquer animal que comer ou tiver contato com um rato envenenado também entrará em contato com o produto.

Os efeitos do envenenamento, no entanto, são lentos e podem demorar de 2 a 7 dias para que os primeiros sintomas apareçam. Esse tempo de ação é perigoso porque embora os animais domésticos não apresentem sinais de envenenamento, o produto já estará agindo em seus organismos.

Há também os raticidas feitos a base de brometalina e estricnina. Eles são conhecidos como raticidas neurotóxicos e afetam o sistema nervoso central, levando à paralisia e a morte rápida. Um dos primeiros sintomas é a convulsão e os espasmos musculares severos.

Sintomas e diagnóstico em cães que entraram em contato com remédio de rato

Por falar nos sintomas, uma forma de perceber se houve acidente com os raticidas é observar o comportamento dos animais de estimação. De modo geral, os primeiros sinais são:

1. Sangramentos internos e externos

Surgem em gengivas, nariz, orelhas, urina ou fezes. Também podem aparecer manchas vermelhas pelo corpo.

2. Vômito e diarreia

O vômito e a diarreia podem acontecer várias vezes ao dia, até que as fezes e os excrementos fiquem aquosos. Também é importante observar se há vestígios de sangue.

3. Letargia e fraqueza

É comum também que os cachorros fiquem fracos, amuados e passem o dia todo deitados. Em alguns casos pode ocorrer febre e calafrios.

4. Dificuldade respiratória e tosse persistente

A interação entre raticidas e cães também pode afetar a função respiratória devido a hemorragias internas ou paralisia muscular causada por neurotóxicos.

É comum que eles fiquem ofegantes ou tosse que se prolonga durante todo o dia.

5. Perda de coordenação motora

Como os raticidas neurotóxicos afetam a comunicação entre o cérebro e os músculos, os animais apresentam incapacidade motora e sentem dificuldade de se mover, levantar e caminhar. Eles também podem ficar andando em círculo e desorientados.

Primeiros socorros e condutas em caso de ingestão do remédio

Se você identificar quaisquer um desses sintomas ou se vir seu pet ingerindo o raticida, será preciso levá-lo ao veterinário com urgência. 

Antes, no entanto, é preciso ter atenção a alguns cuidados de primeiros socorros para pets que podem ser feitos em casa e ajudam a salvar a vida do seu cachorro. Um deles é não forçar o vômito, pois se o raticida ingerido for cáustico ou irritante, o vômito poderá causar ainda mais danos ao sistema digestivo do pet.

Também é possível administrar carvão ativado, pois ele ajuda a absorver o produto e impede que ele se espalhe pelo corpo.

Outra dica é levar o pacote do raticida para o veterinário, assim o profissional saberá qual tipo de substância química foi usada e os melhores antídotos para cada caso.

Se esta for do tipo anticoagulante, por exemplo, será administrada a vitamina K1, que poderá ser injetável ou oral. Já se o raticida for neurotóxico, o veterinário poderá optar por sedativos ou anticonvulsivantes para controlar as crises e proteger o sistema nervoso do cachorro.

Em todos os casos será preciso um acompanhamento com o médico e, em alguns casos, um tratamento prolongado a depender da gravidade do quadro. Isso porque alguns raticidas podem afetar os rins e o sistema cardiovascular.

Interação do remédio de rato com outros animais domésticos

Além dos cachorros, os raticidas também apresentam toxicidade em animais domésticos de outras espécies como aves, gatos, tartarugas, entre outros. 

Esses pets podem ter tanto contato direto quanto indireto, que acontece quando o produto fica espalhado em áreas abertas e, pela ação do vento, chega até os pelos, penas e patas dos bichinhos.

Independente do tipo de contaminação, é importante levá-los ao veterinário sempre que houver qualquer suspeita de envenenamento.

Prevenção e boas práticas de uso

Para evitar todas essas complicações, é importante tomar alguns cuidados ao usar os raticidas, o principal é escolher com atenção o local onde colocá-los. A dica é esconder o produto em cantos atrás de móveis, buracos na parede, próximo a tubulações ou possíveis passagens dos ratos.

Também é indicado usar remédios para ratos menos tóxicos, ou cuja embalagem seja mais segura, como os raticidas em iscas, por exemplo, o Racumin Soft Bait e o Rodilon Pellets. Como estas são usadas fechadas (não pode abri-las), há menos chances de que os animais domésticos se contaminem.

Outra dica é usar luvas e máscaras para evitar o contato direto com os raticidas e sempre seguir as instruções que estão na embalagem do produto. 

Também é importante guardar o produto bem fechado e em local seco e fora do alcance das crianças e dos pets.

Alternativas seguras para controle de roedores

Apesar de efetivo, o uso de raticidas pode trazer prejuízos para o meio ambiente e os animais domésticos, principalmente se este uso for realizado de forma incorreta. Por isso, é importante buscar alternativas que sejam mais seguras, como os produtos em forma de isca citados anteriormente.

Também é possível usar barreiras físicas e ratoeiras para a captura dos roedores, mas esse método nem sempre é efetivo, especialmente em casos de infestações.

Há também uma técnica chamada de manejo de pragas com segurança, cujo principal objetivo é usar menos produtos químicos a fim de não agredir o solo. Nesses casos, se o uso de pesticidas for realmente necessário, usa-se aqueles que sejam mais específicos para a praga em questão e que causem o menor impacto possível.

Dependendo da gravidade da infestação também pode ser necessário contratar uma empresa especializada para fazer a dedetização com produtos profissionais. Assim, você garante a eliminação completa das pragas de forma segura e eficiente.

Legislação, regulamentação e responsabilidade do usuário

Por falar em riscos, para garantir a qualidade e segurança dos produtos que chegam ao mercado, a ANVISA, define regras e boas práticas para a comercialização dos raticidas.

O órgão é o responsável por fiscalizar os produtos utilizados no controle de pragas urbanas, e proíbe a comercialização de produtos com substâncias altamente tóxicas, como estricnina, arsênico, fósforo branco, monofluoracetato de sódio (composto 1080), sais de tálio, entre outros.

É importante lembrar que para serem legalmente comercializados todos os raticidas, independente da forma — inseticidas líquidos e em aerossol, géis e iscas, pó ou granulado — devem ser registrados e fiscalizados pelo órgão.

Use raticidas com segurança!

Como você viu, remédios para matar ratos podem trazer danos para cachorros, gatos e outros animais domésticos. E para não correr nenhum risco na hora de aplicá-lo, a dica é escolher produtos de confiança e fazer o manejo adequado deles, seguindo as orientações descritas na embalagem.

Por isso, na hora de comprá-los, escolha a Envu! Aqui você encontra raticidas de qualidade para acabar de uma vez com os roedores da sua casa.